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domingo, 18 de novembro de 2012

Security Analysis - Capítulo I

Para quem ainda não conhece o livro, trata-se de um clássico dos investimentos escrito por Benjamin Graham. Enquanto o seu outro livro Investidor Inteligente traz uma abordagem mais resumida, o Security Analysis (sem tradução no país, o título mais próximo seria Análise de Valores Mobiliários) traz em detalhes todo um apanhado de conceitos e técnicas para análise de investimentos.


Vou começar uma série de postagens sobre o livro, onde cada postagem irá trazer um resumo de cada capítulo.

O primeiro capítulo se chama "O Escopo e Limitações da Análise de Valores Mobiliários. O Conceito de Valor Intrínseco", e fala sobre o ato de análise de valores mobiliários, quais são seus objetivos e limitações.

Definições:

Valor mobiliário (ou título financeiro) é um título de propriedade (ação) ou de crédito (obrigação), emitido por um ente público (governo) ou privado (sociedade anônima ou instituição financeira), com características e direitos padronizados (cada título de uma dada emissão tendo o mesmo valor nominal ou a mesma cotação em bolsa, mesmos direitos a dividendos, etc.) - Fonte: Wikipedia

Resumo Capítulo I - O Escopo e Limitações da Análise de Valores Mobiliários. O Conceito de Valor Intrínseco

O primeiro conceito importante do livro é definir o ato de investir. Benjamin destaca que por natureza, investimento não é uma ciência exata, no entanto o uso da análise é indispensável, pois permite analisar quando uma cotação está muito alta ou muito baixa.

Para ilustrar, vale comparar com outra ciência não exata que é a medicina. A chance de alguém ser curado quando está doente é maior quando tratado por um médico competente do que tentar se tratar sozinho, mas por si só não garante a cura. Da mesma forma, a chance de investir corretamente aumenta através da análise fundamentalista, mas não é garantia de sucesso.

Em seguida, Benjamin destaca as funções da análise fundamentalista, que são três:

Descritiva
  • Elencar os fatos importantes sobre um valor mobiliário e apresentar de forma coerente, e fácil de entender.
  • Entender os pontos fortes e fracos de um valor mobiliário e comparar com outros semelhantes.
  • Avaliar fatores que irão influenciar o desempenho futuro.
Seletiva
  • Vai além da descrição e faz julgamentos próprios.
  • Busca determinar se uma ação deverá ser comprada, vendida, mantida ou trocada por alguma outra com base no valor intrínseco vs preço. (valor intrínseco não é somente o book value ou patrimônio líquido)
  • Não busca identificar o valor exato de um valor mobiliário. Apenas identificar se o valor é adequado para proteger um título de dívida ou justificar a compra de uma ação, ou que é consideravelmente maior ou menor que o preço de mercado.
Na etapa de seletiva, os principais obstáculos para o sucesso do analista são:
  • Dados inadequados ou incorretos; 
  • Incertezas do futuro, devendo sempre buscar como guia a premissa que os registros passados servem como o melhor guia, mesmo que irregular, para o futuro. Quanto mais questionável a premissa, menos valiosa é a análise.
  • Comportamento irracional do mercado - enfatizar a busca de valores mobiliários subvalorizados quando os negócios e condições do mercado estão bem, e proceder com precaução em momentos de stress anormal e incertezas.
Crítica
  • Avaliar as proteções necessárias, principalmente de títulos de dívida.
  • Avaliar criticamente os métodos de contabilidade.
  • Avaliar as políticas e governança da empresa que afetam o proprietário de um valor mobiliário, tais como questões de capitalização da empresa, política de dividendos e expansão, compensação dos gestores, bem como regras de liquidação em caso de falência da empresa.
Resumindo, a análise de valores mobiliários pode ser uma valiosa ferramenta para expressar avaliações, buscando evitar erros, corrigindo abusos, e para melhor proteção dos donos de títulos de dívida e ações, no entanto deve ser usada sempre conhecendo suas limitações.

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