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domingo, 17 de novembro de 2013

A Importância dos Hábitos

Depois de estudar o assunto, chego a conclusão que a principal habilidade que uma pessoa pode ter é a de criar e apagar hábitos. Aprender a gerenciar seus próprios hábitos pessoais é como aprender a programar e desprogramar nossa mente de acordo com nossos objetivos.

Qualquer mudança sustentada que queira fazer na vida requer mudança de hábitos, como por exemplo, alguém que quer ganhar condicionamento físico - para ganhar condicionamento físico é necessário rotinas frequentes de exercícios que trabalhem o sistema cardiovascular. Sem o desenvolvimento do hábito de se exercitar não tem como uma pessoa se preparar para ganhar condicionamento físico.

Poderia citar inúmeros casos onde o hábito é a base para a mudança: dietas para emagrecimento; passar em um vestibular ou concurso público; aprender uma nova técnica. No entanto, não existe criação de novos hábitos sem dedicação de um tempo mínimo para pratica-lo. Por isso, depois de decidir que quer programar um novo hábito em sua mente, é necessário encontrar o tempo em sua agenda para encaixá-lo.

Falar é fácil, mas como realmente desenvolver novos hábitos?

Me deparei recentemente com esse vídeo no Youtube de um professor de Standford que estuda o tema, e sua proposta parece funcionar.

http://www.youtube.com/watch?v=AdKUJxjn-R8
http://tinyhabits.com

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Eu Protesto

Nessa época recente de diversos protestos por parte da população, estive refletindo sobre quais pontos deveriamos focar nossa energia para mudar, ou seja, quais deveriam ser as prioridades da agenda política de nosso país.


Voto distrital

Gostaria de começar com o voto distrital. Com exceção de uma pequena maioria de anarquistas, e suas variações modernas, é de comum acordo que a democracia ainda é a melhor forma de regime de governo.

Parte essencial do regime democrático é o direito a voto da população para eleger seus representantes no governo. No entanto, não parece fazer muito sentido ter que escolher dentre representantes desconhecidos, que poucas vezes conhecem profundamente a realidade daqueles que depositam o seu voto de confiança.

O voto distrital é uma forma de aumentar a participação da população na escolha de seus representantes, pois a população tende a escolher candidatos que conhecem, que fazem parte da mesma comunidade.

Fica mais fácil escolher o candidato ideal, cobrar resultados, e avaliar a gestão do representado.


Educação no trânsito 

Um sinal claro de desrespeito no Brasil é a atuação de algumas pessoas que pensam que tem mais privilégio do que outras no trânsito.

Dá para citar diversos exemplos:

  • Espertalhões que usam o acostamento em situações de trânsito intenso para levar vantagem.
  • Imprudentes que quase empurram o carro a frente para fora da pista porque querem passar, e não tem tolerância para esperar; 
  • Por outro lado, carros que andam bem abaixo da velocidade máxima na pista a esquerda e não deixam ninguém ultrapassa-lo. 
  • Ultrapassar em lugares que não são permitidos pelo alto risco de acidentes.
  • Isso tudo é sinal claro da falta de consciência, egoísmo, de alguns cidadãos que acham que tem maior privilégio na direção de seu automóvel, e mostra claramente o nível de educação de um país.

Em outros paises que visitei é bem incomum presenciar cenas com essa que citei.


Menor intervenção estatal na economia 

Presenciamos nos últimos anos uma série de intervenções na economia por parte do Governo, e que vem minando a confiança dos investidores com o Brasil.

Não dá para o Governo ficar mudando as regras do jogo quando bem entendem. Está dando um exemplo para a população de desrespeito com investidores, que são importantes entes da economia de um país. Sem investimento não há crescimento.


Investimento em massa na educação 

E não basta investir apenas em educação técnica, precisamos investir em mudar a mentalidade do país, e parte da cultura que não nos leva a lugar nenhum.


Rigor combate a corrupção 

Falando novamente em cultura, não adianta investirmos massivamente em educação se as instituições não funcionarem adequadamente. Se tudo aquilo que for ensinado não acontecer na prática.


Menor apego a bens materiais e maior poupança da população 

Somos um dos paises com menor geração de poupança doméstica, e isso acaba refletindo em altas taxas de juros e inflação incontrálavel que temos enfrentado recentemente.

Não é que tenhámos que parar de consumir, porque isso também inviabiliza nossa economia. Precisamos, no entanto, de ter maior consciência nesse consumo.


Maior foco dos trabalhadores e empresas para melhorar a produtividade e qualidade

Se queremos se manter competitivos no mercado globalizado, o mínimo que precisamos fazer é aumentar nossa produtividade, considerada uma das menores do mundo. E ao mesmo, aumentar a qualidade dos nossos produtos.


Desoneração fiscal para serviços e bens que trazem melhoria na qualidade de vida da população 

O Governo precisa cada vez mais buscar formas de manter seus custos por meio de tributos que não onerem a aquisição de bens e serviços que trazem melhoria na qualidade de vida da população.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Custo da construção civil justifica aumento no preço dos imóveis?

Tenho escutado muita gente falando sobre bolha imobiliária. Muitos dizem que existe, e vai estourar depois da Copa do Mundo ou depois das Olimpíadas. Outros dizem que não, justificando que o preço dos imóveis vem aumentando em linha com os custos construção civil.

Não sei se realmente temos uma bolha. Minha opinião é que os preços atuais não são sustentáveis devido a renda da população não ter aumentado no mesmo nível, o que inviabiliza o financiamento bancário para a grande maioria da população que pretendem adquirir um imóvel.

Fiz uma análise com os dados mensais do INCC (Índice Nacional de Construção Civil) que mede a inflação do setor, e o FipeZAP (dados de São Paulo) que é o índice mais utilizado para medir o preço dos imóveis. Com esses dados fiz uma regressão linear simples para avaliar se existe realmente uma correlação no aumento dos preços dos imóveis com o aumento dos custos da construção civil.

Utilizei dados mensais do período de Fevereiro de 2008 até Junho de 2013.

Vamos aos resultados.



Visualmente podemos perceber que a correlação não é muito grande, mas somente olhar o gráfico não é suficiente. Vamos então ver os resultados da regressão:

Valor-P: 55,44%
Coeficiente: 0,05
R-Quadrado: 0,0055

O Valor-P mostra se existe ou não relacionamento entre as variáveis. Qualquer valor acima de 5% é considerado pelos estatísticos que o relacionamento é fraco. Só esse fato já é suficiente para mostrar que estatisticamente não existe relação entre o custo da construção civil e o aumento do preço dos imóveis a partir de 2008.

domingo, 30 de junho de 2013

Bibliografia Básica Investidor

Esse artigo será frequentemente atualizado com as recomendações de bibliografia básica para um investidor que queira se preparar tecnicamente.



Mercado Financeiro, Alexandre Assaf Neto

Para quem pode comprar somente um livro, e busca uma qualificação técnica mínima no mercado de capitais, esse é o livro que eu indico.

Sugiro investir bastante tempo no capítulo 6 (Décima Edição), chamado de Fundamentos de Avaliação. Ele vai te fornecer a base necessária para estudar sobre Teoria de Markowitz e CAPM, duas ferramentas de investimento amplamente utilizadas no mercado.

Além disso, o livro servirá de referência básica para produtos financeiros e termos utilizados na área.


Cálculo Financeiro das Tesourarias, José Roberto Securato

Se deseja conhecer mais detalhadamente o uso da matemática financeira aplicada a ativos do mercado brasileiro, esse é o livro que melhor supre a lacuna no Brasil.








Investment Valuation, Damodaran

Reconhecidamente o mais popular autor e livro sobre Valuation.

Para quem não conhece, Valuation é um conjunto de técnicas e um pouco de arte, utilizados para avaliação de empresas. Muito utilizado para avaliar o preço de mercado da ação pré IPO, em fusões e aquisições, ou em qualquer outra situação que seja necessário estimar com a maior precisão o valor intrínsico de uma empresa.


 Corporate Finance, Ross

Outro livro bastante utilizado nos EUA nas aulas de Finanças Corporativas das faculdades. Seu principal autor, Stephen A. Ross, tem sido um dos principais responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento da disciplina.

É um dos livros recomendados para a prova do CNPI (Certificado Nacional do Profissional de Investimento) da APIMEC.




Taxa Equivalente

Já presenciei pessoas calculando a taxa de juros composta de um período como se fosse juros simples, ou seja, simplesmente dividindo ou multiplicando pelo período que deseja conhecer. O objetivo desse artigo é mostrar o método de cálculo correto para juros compostos, usando a fórmula de taxa equivalente.

Para se obter a taxa de juros correta em investimentos com juros compostos é necessário usar a taxa equivalente, que é aquela que gera o mesmo montante final.

Exemplo:

No primeiro exemplo mostro como a maioria das pessoas faz. Eles pegam a taxa de juros ao ano e dividem por 252 (quantidade dias úteis).

10% a.a. = 0,0396% a.d.o (ao dia útil) Errado

A resposta certa seria:
10% a.a. = 0,0378% a.d.o. (ao dia útil) Certo

Imagine que você foi até seu banco para investir em CDB, e o gerente informou que a taxa do investimento é de 8% a.a., e você quer saber qual a taxa de juros equivalente ao mês.

Em um regime de juros simples, a taxa equivalente (proporcional) seria simples de ser calculada, bastando para isso dividir a taxa de 8% a.a. por 12. No entanto, na capitalização de juros compostos é necessário usar outra fórmula, também bastante simples.

Taxa Equivalente = (1+i)^(número período buscado / número de período que conhecido)

onde:

i = taxa de juros do período conhecido

Exemplo:

Taxa Equivalente 8% a.a. = ((1+0,08)^1/12) - 1

Taxa Equivalente 8% a.a. = 0,643% a.m.

sábado, 29 de junho de 2013

Sem Nenhum Tostão

photo credit: danielmoyle via photopin cc
Há alguns anos atrás estava saindo para o almoço e me peguei em uma situação um tanto embaraçosa, e que nunca quero passar novamente: estava sem nenhum tostão no bolso, no banco, no limite do cartão ou em qualquer lugar. Havia mudado recentemente para outra cidade e por falha no planejamento dos gastos a grana acabou. Não tinha nem grana do cheque especial para usar, ou seja, iria passar fome se não tivesse um amigo para me emprestar alguns trocados aquele dia. Depois disso, prometi a mim mesmo que nunca iria passar por aquilo novamente, e que teria sempre uma reserva financeira disponível para eventualidades.

Foi então que comecei minha jornada rumo a independência financeira, que naquele momento significava pagar todas as dívidas que havia contraído por um negócio que não deu certo. Levou mais de um ano para poder pagar todas as dívidas e começar a conseguir poupar. No entanto tinha um outro objetivo no caminho que levou mais dois anos para conseguir alcançar, e levou boa parte da poupança que havia feito.

Finalmente em 2008 consegui voltar a poupar novamente, agora rumo a independência financeira, e venho desde então buscando esse objetivo como a maioria dos colegas da lista de blogs que sigo.

Nesse meio tempo investi um tempo em aprender sobre finanças, pois até então era um leigo quase completo. Como muitos dos colegas, comecei com os livros básicos nacionais, como Mauro Halfeld. Li tudo que podia sobre mercado financeiro, mercado de ações secundário, dívida pública e privada (títulos do tesouro, debentures, CDB, poupança), e também comecei a investir em ações, ao mesmo tempo que aprendia. Resultado, aprendi na prática algo que fui ler na teoria depois: comprei na alta e me dei mal. Nessa brincadeira perdi uns R$ 14000, talvez um pouco menos por conta do hedge que fiz em outro investimento. Boa parte das compras foi feita por impulso, o que me fez aprender outra lição obvia: nunca compre por impulso! Avalie todos os fundamentos financeiros e economicos da empresa antes de investir, avalie se a margem de segurança vale o risco, senão busque um investimento mais seguro como títulos da dívida pública.

Em 2010, quando ainda estava analisando algumas empresas para comprar, estava difícil achar uma que fechava a conta com base nos ensinamentos de Benjamin Graham, parecia que o mercado brasileiro de ações simplesmente ignorava qualquer regra de investimento. Ações eram vendidas muito acima do valor intrinsico da empresa. Então em 2011, e em 2012, começamos a ver a queda nas cotações de várias empresas consideradas como um porto seguro, como Vale e Petrobrás, que agora estão sendo vendidas por um preço aceitável.

Esse foi um resumo de como comecei a investir, e acredito que a jornada está só começando. Meu objetivo é conseguir a independência financeira aos 42 anos de idade, e depois poder escolher exatamente o que quero fazer, seja empreender um negócio sem medo de ficar sem grana, ou trabalhar em uma empresa que esteja dentro da mesma filosofia.

E você, qual foi o momento decisivo que fez optar por esse caminho?

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Análise Fundamentalista - Introdução


Realizar a análise fundamentalista de uma empresa é um trabalho que podemos fazer um paralelo com a navegação no Google Maps, onde o usuário aproxima ou afasta a visualização para ver o detalhe de uma região ou ver o todo com objetivo de orientar-se. De forma semelhante, o objetivo da análise fundamentalista é dar direção ao investidor em relação a compra, manutenção ou venda de um ativo financeiro.

Na análise fundamentalista, pode-se começar o trabalho pelo detalhe ou pelo todo, e alternar a medida que quiser ver as relações entre as partes.

Em uma abordagem começando pelo todo, teríamos uma sequência semelhante a listada abaixo, que pode servir de guia para quem está começando a avaliar suas primeiras empresas.


Cenário Econômico Global

Previsões de crescimento da economia mundial.
Se a empresa analisada possui volume relevante de transações com um determinado país, avaliar a atividade economica do país externo.
Cenário das principais economias: EUA, União Europeia, Japão e China.

Cenário Econômico Brasil

Inflação
PIB
Taxa Básica de Juros (SELIC)
Câmbio
Atividade Econômica
Nível de Confiança
Taxa de Desemprego
Utilização da Capacidade Produtiva
Política Fiscal
Política Monetária
Política Cambial

Setor da Empresa

Setor na economia mundial
Participação do setor na economia doméstica
Índices do setor
Tendências do setor
Receita do setor
Panorama do setor
Nível de exportação do setor no brasil comparado com mundo

Fonte: Institutos e associações ligadas ao setor; Revistas e Periódicos.

Empresa

Market share (fatia de mercado) da empresa no Brasil
Market share no mundo
Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças
Avaliações da empresa pelo consumidor (empresas B2C)
Dificuldade de entrada de concorrentes
Segmento de mercado atendido
Como agrega valor aos seus clientes - proposta de valor
Principais atividades executadas
Principais fornecedores e parceiros
Principais recursos
Canais de venda e relacionamento
Origem da receita (principais produtos ou serviços)
Principais custos

Finanças e Valuation

Análise de múltiplos (Margens, Liquidez, Estrutura do Capital, Rentabilidade)
WACC - Custo Médio Ponderado do Capital